A classe médica e a sua ordem consideram desajustadas as novas medidas do governo que obrigam a um controlo de assiduidade e pontualidade destes profissionais de saúde.
Pergunto-me porquê e só encontro uma explicação... estes profissionais sentem-se acima de qualquer cidadão comum e através desse "estatuto" sempre desenvolveram a sua actividade sem o rigor e a exigência devida a qualquer cidadão comum, no seu posto de trabalho.
Não se trata de um trabalho voluntário mas sim de uma actividade remunerada que envolve a vida de terceiros que cumprem horários de trabalho, que devem explicações aos seus empregadores, que se deslocam, por vezes, de muito longe com despesas que dificilmente suportam...
Trata-se pois de, como qualquer outro funcionário, cumprir as tarefas para as quais é pago, de uma questão de civilização, de honestidade, de dever e sinal de respeito pelo serviço público de saúde.
Passou pela cabeça de alguém que um docente chegue constantemente atrasado às suas aulas? Ou que um maquinista entre duas horas depois do previsto?
Mas a todos nós nos aconteceu já uma situação de espera para além do razoável, em qualquer hospital ou um cancelamento de uma consulta do qual só se tem conhecimento na própria unidade de saúde, a muitos quilómetros de casa...
Só vejo uma solução, recrutar médicos estrangeiros pois esses saberão cumprir...
Surgem notícias de que o Ministério da Educação se prepara para negociar a transferência de mais competências, em educação, para as autarquias podendo mesmo incluir a gestão de estabelecimentos de ensino até ao 3º ciclo.
Num qualquer país da Europa isto é normal, seria mesmo normal no nosso país e talvez seja inevitável a médio prazo mas tal como não se pede a uma criança de 3 anos de idade que escreva fluentemente também será difícil alcançar este desiderato no nosso estado de desenvolvimento democrático.
As autarquias desempenharam um papel importantíssimo na época pós 25 de Abril mas veja-se o que conseguiram no que concerne às competências que já detém em termos de educação...
As escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico estão degradadas, sem equipamentos, sem material pedagógico e didáctico, recebem chocolates e obras ao sabor das eleições, sujeitam-se a trabalhar com obras pois os funcionários das autarquias não podem trabalhar nas interrupções lectivas...
As colocações de pessoal não docente, nos Jardins de Infância, não obedece a rigorosos critérios de selecção com base em perfil adequado às funções a exercer, é instável e aleatória com base em programas dos centros de emprego e POC carenciado...
Surgem mesmo algumas "sugestões", por parte de alguns eleitos, para lugares em mecanismos concursais nacionais e com regras, até agora, transparentes e democráticas, imunes ao clientelismo e ao "favor" que garante eleições.
A verificar-se a intenção, devemos reflectir profundamente sobre as implicações que esse processo trará à qualidade de ensino e ponderar se é a altura certa!
São três palavras que me suscitam sentimentos tão contraditórios como o de justiça social e o de revolta ...
I Acto
Há alguns dias todos pudemos ver, numa reportagem televisiva, exemplificativa do quão mal vão as coisas nestas matérias. Refiro-me à reportagem sobre a comunidade cigana de Montemor-o-Velho que, há alguns anos, antes de receber o rendimento mínimo, agora de reinserção , vivia abaixo do limiar mínimo de dignidade humana mas assumia valores como o do trabalho pois faziam cestos de vime que comercializavam assim como negociavam em cavalos. Pasme-se então que, depois do tal apoio estatal, deambulam pelo acampamento sem trabalho, pois deixaram-no porque o estado não permitia", à espera que a senhora assistente social lhe arranje emprego.
Pasme-se mais quando sabemos que circulam sem carta de condução e as autoridades reconhecem que têm de ter um tratamento diferente pois n ão têm a mesma cultura...
Não seria suposto para direitos iguais deveres também eles iguais?
II Acto
Outra família da mesma etnia ganha o mesmo subsídio mas com uma ligeira diferença... circula em carrinhas topo de gama das mais conceituadas marcas automóveis.
Fiscalização? Já houve, mas claro n ão tinham nada em seu nome...
III Acto
Uma funcionária pública faz um ilícito pelo que é penalizada... Em situação de baixa sucedem-se os indícios e mais tarde as provas de que exerce outra actividade. A coisa é pública pois até saem fotos no jornal com publicidade personalizada...
Pasme-se pois a Segurança Social, alertada para o facto, n ão tem meios para fiscalizar! Meios? Mas bastava um simples telefonema...
IV Acto
E o médico? Claro está, reconheceu n vezes a doença da funcionária, sempre claro, com a salvaguarda que poderia sair de casa... Afinal como poderia ela trabalhar?
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