Se é certo que as autarquias, muitas das vezes, contribuíram para o esbanjamento de dinheiros públicos e constituíram um mau exemplo de rigor e investimento sustentado, também é certo que agora contribuíram em muito para a diminuição do défice público.
Mesmo que com base numa solução de financiamento, imposta pelo poder central, os factos estão aí e são positivos.
São a prova de que com menos dinheiro se pode continuar a servir a população. Nem sempre mais dinheiro equivale a mais eficácia.
O chefe da oposição em Portugal, fala em rigor, clareza , honestidade, verticalidade...
Trata-se de um conjunto de valores que todos devemos defender e sinceramente acredito que a maioria dos portugueses ainda o faz de viva voz e de corpo presente.
O que já não podemos aceitar é que se transforme um discurso destes em falso moralismo, do género "faz o que eu digo não faças o que eu faço".
Vejamos alguns exemplos:
- transparência
Exemplo: Alberto João Jardim recusa-se a divulgar a lista de devedores ao fisco na região, leia-se, devedores a todos nós.
- rigor
Exemplo: Ao contrário da Universidade Independente nenhuma outra instituição de ensino superior passa certificados a quem raramente frequenta as aulas, nenhuma outra atribui equivalências pagas a peso de ouro, nenhuma outra fez aprovar cientificamente cursos e /ou alterar os seus domínios de especialização depois de deixarem de ser leccionados
- nomeações por competência
Exemplo: No tempo em que a oposição estava no governo da nação nunca, mas nunca, se ouviu alguém dizer coisas do género: "Se queres evoluir na carreira terás de ter um cartão" (à data laranja) - "Dentro de dias vais ver se eu não tenho razão... já estarei noutra posição!". E não é que alguns estavam mesmo?!
- Isenção
Exemplo: Nunca ninguém ,de outra força política, telefonou a alguém que, por obrigação laboral, se viu envolvido num processo de selecção para pedir uma pequena atenção a uma pessoa muito competente da sua família. Nem sabemos como encontrar exemplos!...
- Um peso uma medida
Exemplo: Ascender alguém, aos órgãos sociais da TVI, ligado ao PS é considerado quase hediondo e de uma desconfiança digna de registo, mas alguém, do PSD, à frente da SIC, é algo de inquestionável e insuspeito
Vamos falar claro! Comportamentos eticamente reprováveis são de rejeitar mas devemos ser claros quando os evocamos e, acima de tudo, dar o exemplo! Caso contrário deixemos para quem tem força moral.
Não há coisa que mais me entristeça que assistir, tão impávido quanto a minha paciência aguente, à incapacidade do nosso poder autárquico, pilar essencial do sistema democrático do nosso país, em se adaptar aos novos desafios da actualidade e aos desejos e anseios legítimos da população.
Certo é que continuam a desempenhar um papel preponderante e inquestionável no apoio e desenvolvimento de serviços básicos à população que, por serem básicos, já não deveriam ser alvo de comentários ou "publicidade" em boletins municipais e folhas informativas mas antes aceites como banais no serviço público que se espera.
Tal como os alunos que, não sendo bons alunos, mecanizaram procedimentos e resolvem sem grande dificuldade os problemas escolares mas ficam perdidos, quando se lhes pede que apliquem conhecimentos a situações novas e novos contextos, também as autarquias parecem um pouco "perdidas" quando se lhes exigem novas responsabilidades, discutindo de quem é a competência, onde estão as transferências de verbas correspondentes, etc , etc ...
O que deveriam, em primeiro lugar, garantir era se essas responsabilidades e competências trazem alguma mais valia às populações que servem ou pelo contrário são lesivas dos seus interesses.
Só depois deveriam negociar, exigir, com a legitimidade conferida pelos seus eleitores, as contrapartidas correspondentes.
Afinal as autarquias servem os cidadãos não se servem dos cidadãos.
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