Uma notícia da agência Lusa dava conta do lamento do Embaixador dos EUA em Portugal sobre a decisão do governo português de reduzir o seu contingente no Afeganistão. Acusava ainda os estados europeus se preocupam mais com as sondagens do que com a segurança global.
Basta estar atento para saber o quanto é descabida tal afirmação e acusação senão vejamos:
- Portugal é um Estado soberano e a sua soberania manifesta-se nomeadamente pela capacidade de decidir, nos seus órgãos próprios, para onde envia os seus militares
- Portugal não pôs em causa a segurança global com um ataque ao Iraque baseado em mentiras e jogos de interesse económico apesar de, infelizmente e disso já se arrependeram os nossos políticos, o ter apoiado
- Portugal pode e deve basear as suas relações internacionais na procura dos seus interesses económicos, culturais e políticos e na defesa dos interesses dos seus cidadãos (veja-se o caso da Venezuela que muito deve ter contribuído para a irritação deste embaixador)
- Portugal como país de escassos recursos deve priorizar as suas acções no exterior baseando as mesmas no superior interesse da nação
- Se nos preocuparmos com as sondagens estamos a utilizar um método válido em Ciências Sociais ao contrário do que seria basear uma guerra em fotografias falsas
- Nós sabemos onde ficam os EUA e o Afeganistão mas a maioria dos americanos não sabem onde fica o Iraque ou o Afeganistão que atacaram
- Portugal deu vidas pelo conflito no Afeganistão por entender, e bem, que se tratava de uma intervenção necessária e justificada, na proporção da suas capacidades
-Os soldados portugueses não são acusados de abuso, de extorsão ou de assassínio nos vários teatros de operações onde operam e levam a sua missão a sério
Para além de tudo isto o Presidente dos EUA deveria desprestigiar tanto a necessidade de comparticipação militar no Afeganistão como o fez sobre a importância do ensino do Português no seu país. Se assim fosse o seu embaixador teria estado calado!