Os rankings das escolas valem o que valem mas fazer disso um discurso acéfalo, sem aproveitar os mesmos para refletir sobre a ação das escolas, é tão absurdo como fazer deles a sua única forma de avaliação. A escola, os professores, os pais, têm obrigação de questionar as opções pedagógicas que levam a constantes maus resultados... Todos sabemos que os resultados nacionais desceram mas também verificamos que certas tendências desses mesmos resultados também se mantêm.
Concordemos ou não as pessoas são diferentes, têm interesses diferentes, desenvolvem competências de forma diferente...
Uma escola de qualidade, um docente que pretenda ser um bom docente, têm de se preocupar e reflectir sobre a individualidade de cada aluno.
Pedagogia diferenciada é isso e não qualquer conjunto de impressos de completa inutilidade pedagógica.
Surgem notícias de que o Ministério da Educação se prepara para negociar a transferência de mais competências, em educação, para as autarquias podendo mesmo incluir a gestão de estabelecimentos de ensino até ao 3º ciclo.
Num qualquer país da Europa isto é normal, seria mesmo normal no nosso país e talvez seja inevitável a médio prazo mas tal como não se pede a uma criança de 3 anos de idade que escreva fluentemente também será difícil alcançar este desiderato no nosso estado de desenvolvimento democrático.
As autarquias desempenharam um papel importantíssimo na época pós 25 de Abril mas veja-se o que conseguiram no que concerne às competências que já detém em termos de educação...
As escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico estão degradadas, sem equipamentos, sem material pedagógico e didáctico, recebem chocolates e obras ao sabor das eleições, sujeitam-se a trabalhar com obras pois os funcionários das autarquias não podem trabalhar nas interrupções lectivas...
As colocações de pessoal não docente, nos Jardins de Infância, não obedece a rigorosos critérios de selecção com base em perfil adequado às funções a exercer, é instável e aleatória com base em programas dos centros de emprego e POC carenciado...
Surgem mesmo algumas "sugestões", por parte de alguns eleitos, para lugares em mecanismos concursais nacionais e com regras, até agora, transparentes e democráticas, imunes ao clientelismo e ao "favor" que garante eleições.
A verificar-se a intenção, devemos reflectir profundamente sobre as implicações que esse processo trará à qualidade de ensino e ponderar se é a altura certa!
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