São três palavras que me suscitam sentimentos tão contraditórios como o de justiça social e o de revolta ...
I Acto
Há alguns dias todos pudemos ver, numa reportagem televisiva, exemplificativa do quão mal vão as coisas nestas matérias. Refiro-me à reportagem sobre a comunidade cigana de Montemor-o-Velho que, há alguns anos, antes de receber o rendimento mínimo, agora de reinserção , vivia abaixo do limiar mínimo de dignidade humana mas assumia valores como o do trabalho pois faziam cestos de vime que comercializavam assim como negociavam em cavalos. Pasme-se então que, depois do tal apoio estatal, deambulam pelo acampamento sem trabalho, pois deixaram-no porque o estado não permitia", à espera que a senhora assistente social lhe arranje emprego.
Pasme-se mais quando sabemos que circulam sem carta de condução e as autoridades reconhecem que têm de ter um tratamento diferente pois n ão têm a mesma cultura...
Não seria suposto para direitos iguais deveres também eles iguais?
II Acto
Outra família da mesma etnia ganha o mesmo subsídio mas com uma ligeira diferença... circula em carrinhas topo de gama das mais conceituadas marcas automóveis.
Fiscalização? Já houve, mas claro n ão tinham nada em seu nome...
III Acto
Uma funcionária pública faz um ilícito pelo que é penalizada... Em situação de baixa sucedem-se os indícios e mais tarde as provas de que exerce outra actividade. A coisa é pública pois até saem fotos no jornal com publicidade personalizada...
Pasme-se pois a Segurança Social, alertada para o facto, n ão tem meios para fiscalizar! Meios? Mas bastava um simples telefonema...
IV Acto
E o médico? Claro está, reconheceu n vezes a doença da funcionária, sempre claro, com a salvaguarda que poderia sair de casa... Afinal como poderia ela trabalhar?
. Rendimentos Reinserção Fi...