Esta transcrição, de parte do livro "As intermitências da morte", de José Saramago, parece-me ser de uma perspicácia tremenda e talvez nos possa ajudar a perceber um pouco porque grassa a burocracia e a inércia, em vez da inovação, nos nossos serviços públicos...
"São estes os perigos do automatismo da prática, da rotina embaladora, da práxis cansada. Uma pessoa (...) vai cumprindo escrupulosamente o seu trabalho, um dia atrás de outro dia, sem problemas, sem dúvidas, pondo toda a sua atenção em seguir as pautas superiormente estabelecidas, e se, ao cabo de algum tempo, ninguém lhe aparece a meter o nariz na maneira como desempenha as suas obrigações, é certo e sabido que essa pessoa (...) acabará por comportar-se, sem que de tal se aperceba, como se fosse rainha e senhora do que faz, e não só isso, também de quando e de como o deve fazer."
. REFLECTIR SOBRE A INÉRCIA...