Neste 2 de março os portugueses mostraram ao governo de Portugal (as minúsculas e as maiúsculas das últimas palavras ganham sentido) que o Povo é quem mais ordena, que os políticos são eleitos para representar a vontade do Povo, que há limites de dignidade humana que não devem ser postos em causa, que a democracia é um bem inalienável da sociedade europeia.
É um orgulho ser português quando se vê uma jovem emocionada a cantar uma canção que a todos nos deve dizer muito enquanto povo, quando se vê um pai a transportar uma criança de colo para defender o seu futuro, quando se vê que milhares se emocionam a defender o futuro de um povo e a dignidade de uma nação.
Por outro lado é uma tristeza ainda assistir a números políticos que desvalorizam a revolta de um povo, que consideram inadmissível as manifestações de revolta contra políticos, que promovem reuniões partidárias e debates, em gabinetes e salas “controladas”, enquanto o povo sai à rua. A responsabilidade de um verdadeiro político é sair à rua com os seus iguais, é defender a sua revolta dentro dos limites constitucionais, é procurar saídas para uma situação a nível nacional e europeu porque a situação a que assistimos não é resultado da crise mas sim da imposição de uma agenda dos mercados e dos tecnocráticos que querem gerir povos como se fossem empresas…
Um governo sábio saberia tirar as devidas ilações de tamanho gesto democrático de um povo! Se não souber, corremos o risco de termos uma situação incontrolável como vai sendo o desespero de muitos que apenas querem viver com dignidade!
Ontem saí à rua! Foi a minha primeira vez!
Levei as minhas filhas como forma de educação cívica, aquela que os nossos governantes teimam em retirar dos currículos como se fosse matéria vã em qualquer sociedade que se quer plural, moderna mas acima de tudo democrática…
Foi por elas que saí, pelo meu país que quero melhor e por respeito a todos os que lutaram por um sonho de uma sociedade melhor.
Como alguém dizia “foi um baptismo cívico”!
Ontem saí à rua e fiquei orgulhoso por mim e por ver um país mobilizado sem bandeiras de partidos. Não que eles não sejam muito importantes em democracia mas porque não estão a saber interpretar a razão da sua existência – o povo – e o pior é que não se vislumbram excepções.
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. Manifestação nacional de ...