Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2011

Os discursos pós eleitorais e a necessidade de verdadeiros valores republicanos (parte II)

Analisemos agora os outros candidatos numa perspectiva menos exaustiva, não pela menor pertinência mas porque não se trata de candidatos eleitos…

 

Manuel Alegre teve um dos bons discursos da noite, digno, manifestando respeito pelos adversários e por quem votou nele e/ou contra ele.

Como ele outros discursaram realística e responsavelmente como foi o caso dos líderes dos dois maiores partidos, Sócrates e Passos Coelho.

A contrastar com a humildade democrática demonstrada no discurso, estiveram sempre a sua arrogante postura na campanha e na Assembleia da República, as suas afirmações sobre a pouca atenção a questões menores de dinheiros (mesmo que envolvendo 1500 euros o que é muito para muitos portugueses), o seu passado pouco esclarecido e pouco ligado ao trabalho.

Há coisas que se sentem e tal como eu, numa visita à Assembleia da República, senti que Manuel Alegre parecia tudo menos verdadeiramente republicano, estou em crer que muitos portugueses sentiram na campanha.

 

Nobre representava o descontentamento da sociedade civil com os partidos e, mais que com estes, com os políticos “profissionais” mas tal como os votos brancos, nulos, parte da abstenção e votos no candidato Coelho. Diferenças? Apenas na perigosidade de cada um dos casos e na formação política de cada eleitor.

De facto os eleitores assim descontentes mas mais informados não votariam Coelho, sentir-se-iam mal em votar nulo ou branco e muito mais em abster-se. Revelam respeito pelo sistema democrático e esperam melhores dias como quem diz, melhores representantes para eleger.

O seu discurso de “vitória” soou a patético, repetitivo (bastava ver a cara dos que assistiam, a esmorecer progressivamente, só igualando a face de João Lobo Antunes) e vazio, aliás como todos os outros ao longo da campanha.

Coelho, surpreendentemente, fez melhores declarações após os resultados que antes destes embora, como disse anteriormente, representa uma deriva populista, pouco preparada e exigente para tão alto cargo.

Uma nota “positiva” foi o seu resultado na Madeira. Positiva enquanto factor de reflexão sobre o que se passa naquela região.

 

Finalmente, para cumprir a ordem de resultados eleitorais  e deixando o candidato do PCP que é mais candidato ao partido do que à Presidência, temos Defensor Moura.

Este candidato, embora denotando algum espírito republicano, de compromisso com a verdade, a coragem, o debate, fê-lo de forma pouco ambiciosa, demasiado regionalista e provinciana.

Ficou-lhe muito mal não cumprimentar o candidato reeleito uma vez que o desrespeito por ele é também o desrespeito pelos seus eleitores que tomaram essa opção.

Ninguém é dono da verdade, pode-se procurá-la mas não impô-la aos outros!

publicado por politicar às 23:57
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Quinta-feira, 1 de Outubro de 2009

Esmiuçando a mensagem do PR (parte II)

"um mail velho de 17 meses" - Pois é, é mesmo velho! Tão velho que sendo publicado há muito a notícia no Público (ah! Isso não era para dizer! O PR não disse nada sobre isso!) ela não mereceu qualquer desmentido ou confirmação da Presidência. Se desconhecia o mail não desconhecia a notícia. Se nunca se referiu a escutas (e desafiou a quem prove o contrário) não havia razão para tanta insinuação! Ou seria "leituras pessoais"? Achará os portugueses simplórios?

"Não conheço o assessor do Senhor Primeiro Ministro nele referido" - Não conhece mas tem um staff (palavras de Presidente da República Portuguesa não conseguindo encontrar termo mais patriótico) e esse staff tinha conhecimento da comitiva e seus membros. É assim que funciona.

"A primeira interrogação que fiz a mim próprio (PR) quando tive conhecimento do email foi a seguinte: porque é que é publicado agora..." - AGORA??!! Então e a publicação do Público?? Mais oportuna certamente.

Não consegue ver bem onde está o crime? Mesmo que seja de um membro da casa civil do PR? Ai não?? Crime não digo mas irresponsabilidade, muita!

"Deixava a dúvida na opinião pública" - Se deixava dúvidas sobre se o assessor disse o que disse mais dúvidas deixou esta confusa e inconsistente declaração de Sua Excelência o PR... E já agora, o assessor continua em Belém?

"A segunda dúvida que a publicação do email me suscitou foi a seguinte: será possível alguém do exterior entrar no meu computador..." - Mas que raio! Este PR não lê jornais, não vê televisão, não vive neste século? A Microsoft trabalha de dia e de noite para ser menos vulnerável, os bancos evitam o que podem em termos de ataques informáticos, as empresas vasculham outras empresas... tudo com uns cliques. Não há sistemas invulneráveis! Apenas mais ou menos vulneráveis. Já agora, que tal proibir aviões de sobrevoarem o palácio de Belém?! Ai não! Isso é quando o PR está de férias...

E se o PR têm meios e sistemas ao seu alcance e serviço para detectar intrusões porque não as pediu antes? Ou se pediu qual o resultado?

"Um PR tem de assistir a graves manipulações mas tem de saber resistir em nome do superior interesse nacional" - Ai é? Então veja de novo o seu discurso Senhor PR!

"Para mim Portugal está primeiro" - Quem diria?? Que beneficios colhe o país deste episódio? Que imagem causará no exterior? Que trunfos dará aos que "combatem" o sistema republicano?

"Agora, passada a disputa eleitoral" - E eu que ia jurar que me encheram a rua de uma outra campanha eleitoral na noite passada. Até parecia que havia de ter começado à meia noite!

"fui forçado, fui forçado, a partilhar convosco" - quem pediu? 29,09% dos portugueses? Pelo que me é dado a ler em vários blogs, artigos e comentários de opinião de membros do PSD, acho que não serão tantos! MANIPULAÇÃO certamente!

"estarei aqui para defender os superiores interesses de Portugal" - Assim ficamos mais descansados apesar de não estarmos a ver quais são os defendidos agora mas isso é um pequeno detalhe.

 

Obrigado Senhor Presidente!

 

 

publicado por politicar às 23:05
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Esmiuçando a mensagem do PR (parte I)

Revi a mensagem do Presidente da República, aquele que foi eleito para nos representar a TODOS e a TODOS defender da instabilidade, aquele que jurou defender a Constituição logo a República.

Não tivesse ultrapassado a primeira ou segunda frase, antes de proferir "desafio qualquer um a verificar o que acabo de dizer", e tudo estaria suficientemente claro e com linguagem própria do cargo de que falamos.

Contudo seguiu-se:

 

"Porquê toda esta manipulação?" - Qual manipulação? A passagem para os jornais de notícias por encomenda, por parte de pessoal da PR? A falta de direito ao contraditório? A inadequação no tempo de reacção do Presidente?

"Transmito-lhes, a título excepcional, a minha interpretação dos factos" - Mas não será Presidente da República? Então e o dever de isenção? Não tem de achar, tem de ter certezas!

"Em Agosto,quando dedicava grande parte do meu tempo à análise dos diplomas que tinha levado para promologação" - Mas não será essa a sua função? Analisar diplomas propostos ao PR mesmo que encham um jipe? Infeliz esta imagem também para além de que sempre deu tempo de fazer umas pausas para inaugurar feiras e outras acções de campanha (enganei-me! ..... queria dizer de visibilidade)

"Fui surpreendido por declarações de destacadas personalidades do partido do governo" - Surpreendido???? E que interessa isso aos portugueses?? Ao país?? O Senhor PR não viu (já deu para ver que não pois a informática não é o seu forte) o site do PSD em que essa notícia da participação de assessores seus na elaboração do programa do PSD era publicitada? Não será normal que, no uso das suas faculdades políticas, um partido e os seus dirigentes (qualquer que seja) critique outro? O que tem isso a ver com escutas se era público?

"um tipo de ultimato" - e desde quando é que um PR responde a ultimatos? E lhe dá importância? Tem de saber estar acima disso e manter uma certa elevação!

"sou particularmente rigoroso na isenção em relação a todas as forças partidárias" - Nota-se!!! Tirando as visitas aos fogos, as visitas a Viseu, as notícias por encomenda, as não reacções em tempo útil, as insinuações ou inabilidades discursivas como lhe queiram chamar...

"como é que sabiam dos passos dados pelos elementos da Casa Civil do PR?" - pelo site do PSD !

 

Segue...

 

 

publicado por politicar às 01:12
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A Nossa Bandeira não merece...

Ontem não queria acreditar e até evitei escrever neste blog, para manter alguma reserva e respeito que é devido ao Presidente da República.

Hoje, mais friamente, posso começar a escrever alguma coisa sobre o triste, sublinho triste, episódio novelesco protagonizado por Cavaco Silva (repare-se que me arrepio de escrever Senhor Presidente Cavaco Silva).

De facto, sendo republicano, senti vergonha pela nossa bandeira, que não merece tanto descrédito ao ser colocada ao lado de quem faz semelhante discurso...

A vontade de lhe ir em socorro (da bandeira) era mais que muita pelo que foram momentos de grande ansiedade enquanto não terminava o role de confusões e trapalhadas enumeradas.

Será que a falta do assessor de imprensa fará com que o Senhor Presidente não leia jornais, não se aperceba da opinião pública, da reacção extremamente negativa à sua linha de actuação?

publicado por politicar às 00:57
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Quinta-feira, 20 de Agosto de 2009

Ser republicano

Só o facto de ser acima de tudo republicano leva a que pondere cada palavra das muitas que se atropelam para disputar um lugar neste vazar de alma.

De facto pratico e tento transmitir aos meus filhos  o respeito pela República, pelos seus mais altos valores e pelo seu mais alto representante.

A seguir a um acto eleitoral, conquista das mais sagradas da democracia, termina ou deve terminar a identificação do mais alto magistrado da nação, com as forças políticas que o apoiaram, às quais pertença ou não e, acima de tudo, devemos passar a encarar o Presidente da República como o Presidente de Todos os Portugueses.

Para tal, devem contribuir todos os cidadãos mas também o próprio Presidente cujo mandato é delegado pelo povo e em seu nome exercido.

Não pode arrogar-se, nenhum Presidente, direitos que não são os seus, papeis que não lhe estão destinados e muito menos envolver-se em situações que desprestigiem a instituição e o país.

Qual o valor republicano subjacente à inauguração de feiras? Qual o valor republicano de onde advém igual importância e protagonismo  a Presidente e sua esposa como se de rei e rainha se tratasse? Qual o valor republicano que justifica a alimentação, mesmo que pelo silêncio, de situações menos claras entre o Presidente e o Governo? Qual o valor republicano de isenção que permite ir a Viseu (coincidência??) e não reunir com o Primeiro Ministro do país em tempo de férias e eleições, perante situações de melindre?

Que saudades que sinto da política de verdade do Presidente anterior!!! Essa sim de grande verdade e isenção, exercida com rigor, coragem, solidão necessária, respeito pelo governo, pela oposição, por Portugal, pelos portugueses.... pela Constituição!

 

publicado por politicar às 21:52
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Sábado, 15 de Agosto de 2009

A bem da República - festas e foguetes

Viseu: Feira de S. Mateus inaugurada pela primeira vez por um Presidente da República (Lusa) in http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10009970.html 

 

 

Conseguiu, o Senhor Presidente da República, retirar algum tempo ao árduo trabalho de ler tantos diplomas que havia levado para férias. Ainda nos lembramos das declarações nas Festas do Redondo...

Se a moda pega, a figura de Presidente da República começa a ser cabeça de cartaz de qualquer feira ou festarola por esse território fora...

Posturas destas fazem muito mais pela visibilidade da República que mil bandeiras dos 31 da Armada!

 

publicado por politicar às 00:30
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Sexta-feira, 2 de Janeiro de 2009

Já era tempo...

Já era tempo de alguém com competência médica, judicial ou mesmo política declarar, pelo menos, a sua preocupação com a insanidade do nosso governante regional da RAM.

A propósito do discurso do Senhor Presidente da República, vem de novo "atafulhar" os ouvidos dos incautos, dos que não chegam a tempo de obter o comando para mudar de canal ou programa radiofónico, com completos absurdos e conversa sem sentido.

Diz a propósito que não vê ninguém a «discutir o sistema político».

«Não contem comigo para lamentações. Contem comigo para ajudar a dar uma cacetada nisto tudo».
 

Mas afinal o que quererá ele dizer com tão inusitadas declarações? Que quererá ele dizer quando repete vezes sem conta a necessidade de alterar o sistema politico? Será a mesma ideia dos 6 meses sem democracia? Será a bandeira do PSD e a sua foto pessoal que grassa nas residências dos mais pobres da Madeira?

Diga-nos de uma vez!

publicado por politicar às 21:18
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