Nesta campanha eleitoral que, diga-se a propósito, tem sido bastante interessante não do ponto de vista das ideias mas do ponto de vista do perfil republicano ou não dos candidatos a Presidente da República, têm surgido alguns comentários engraçados sobre quem está "gagá".
Saliento o mais engraçado:
O candidato Cavaco Silva dizia sobre a reforma da sua esposa:
- "Ela só ganha 800 (!!!!!) euros, sabe
? epende de mim! "Para milhares de casais portugueses trabalhadores, 800 euros é o que ganham para si e para os filhos. Esses dependerão de quem?
O s c o m e n t a d o r e s j á n o s h a b i t u a r a m a d i s p a r a t e s m a s o s candidatos deviam ter vergonha e cuidado com as palavras, a não ser que estejam eles mesmo gagás...
Só o facto de ser acima de tudo republicano leva a que pondere cada palavra das muitas que se atropelam para disputar um lugar neste vazar de alma.
De facto pratico e tento transmitir aos meus filhos o respeito pela República, pelos seus mais altos valores e pelo seu mais alto representante.
A seguir a um acto eleitoral, conquista das mais sagradas da democracia, termina ou deve terminar a identificação do mais alto magistrado da nação, com as forças políticas que o apoiaram, às quais pertença ou não e, acima de tudo, devemos passar a encarar o Presidente da República como o Presidente de Todos os Portugueses.
Para tal, devem contribuir todos os cidadãos mas também o próprio Presidente cujo mandato é delegado pelo povo e em seu nome exercido.
Não pode arrogar-se, nenhum Presidente, direitos que não são os seus, papeis que não lhe estão destinados e muito menos envolver-se em situações que desprestigiem a instituição e o país.
Qual o valor republicano subjacente à inauguração de feiras? Qual o valor republicano de onde advém igual importância e protagonismo a Presidente e sua esposa como se de rei e rainha se tratasse? Qual o valor republicano que justifica a alimentação, mesmo que pelo silêncio, de situações menos claras entre o Presidente e o Governo? Qual o valor republicano de isenção que permite ir a Viseu (coincidência??) e não reunir com o Primeiro Ministro do país em tempo de férias e eleições, perante situações de melindre?
Que saudades que sinto da política de verdade do Presidente anterior!!! Essa sim de grande verdade e isenção, exercida com rigor, coragem, solidão necessária, respeito pelo governo, pela oposição, por Portugal, pelos portugueses.... pela Constituição!
Viseu: Feira de S. Mateus inaugurada pela primeira vez por um Presidente da República (Lusa) in http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10009970.html
Conseguiu, o Senhor Presidente da República, retirar algum tempo ao árduo trabalho de ler tantos diplomas que havia levado para férias. Ainda nos lembramos das declarações nas Festas do Redondo...
Se a moda pega, a figura de Presidente da República começa a ser cabeça de cartaz de qualquer feira ou festarola por esse território fora...
Posturas destas fazem muito mais pela visibilidade da República que mil bandeiras dos 31 da Armada!
Numa data em que se comemora mais um aniversário da Implantação da República em Portugal não basta comemorar mas afirmar os ideais republicanos como o garante de uma sociedade mais moderna, justa e respeitadora dos direitos de todos os cidadãos.
Em oposição poderiam, e tenho a certeza que podem, surgir imediatamente reacções do género: "e as monarquias modernas não são sociedades justas e respeitadoras dos direitos dos cidadãos?" e viriam os exemplos da vizinha Espanha e do Reino Unido...
Faremos um execício curto mas suficientemente demonstrativo se atentarmos à palavra chave - Todos.
De facto aí reside a grande diferença entre uma monarquia e um regime republicano. Enquanto a primeira reconhece a todos os cidadãos direitos fundamentais como a liberdade e justiça mas nunca lhes reconhecerá o direito à eleição para o mais alto cargo da nação, a República reconhece a todos, sem excepção, todos os direitos fundamentais incluindo o de eleger e ser eleito.
. A bem da República - fest...